30 janeiro 2008

A Vida Não Tem Segredos

Penso que a vida não tem segredos. Colhemos o que plantamos.

Algumas verdades simples me ajudaram muito a viver, e essa aí é uma delas. Uma outra é aquela que diz que felicidade é gostar daquilo que temos. Verdade verdadeira. Quem não consegue ser feliz com o que tem não será feliz jamais. Felicidade não é algo a se realizar, é fato acontecido, degustado, elaborado e em paz dentro da gente. Não tem essa de: “se eu conseguir isso ou aquilo eu vou ser feliz, quando eu fizer isso eu vou estar feliz”. Felicidade se conjuga no presente. Sou feliz! E pronto.

Também não quer dizer que devamos viver acomodados, sem pensar no futuro, sem ambição. Claro que não. Mas é imperativo ser feliz enquanto vamos lutando e preparando o dia de amanhã, no qual pretendemos continuar bem. E é bom lembrar que o amanhã pode não ter sequer as condições “estáveis” que temos hoje. Pode nos faltar uma pessoa querida e importante, pode nos faltar o dimdim ou saúde, que é mesmo fundamental, mais do que a beleza.

A necessidade de ser belo (para ser mais bem aceito pelos outros) também é um problemão. Principalmente porque os ideais de beleza geralmente estão a anos-luz das pessoas de carne e osso. (Nas passarelas são quase sempre só osso, e muito silicone, muita bomba, muita plástica...). Quem viveu de verdade sabe que a beleza está camadas e camadas abaixo da pele, numa região tão profunda que perpassa as eras e até a nossa vida para outros planos, ou o que quer que haja depois. (Que há um depois, não tenho dúvidas).

Geralmente nossas insatisfações nascem do egoísmo e da vontade de ter mais. É difícil entender (e aceitar) que na maioria das vezes já temos tudo que precisamos. Basta lembrar da história de Jó. (fig. ao lado, Jó e seus amigos - Gustave Doré)

Feliz mesmo é quem sabe apreciar uma xícara de café, um olhar sincero, um abraço caloroso (e que sabe abraçar também). Temos um “equipamento” super elaborado em nosso corpo e em nossa consciência de mundo, para apreciar as coisas, e se somos infelizes, é porque não estamos sabendo fazer isso.

Ser feliz é saber A PRE CI AR aquilo que a vida nos oferece.

Quem aprende isso, já está com meio caminho andado pra conquistar as outras coisas boas da vida.
Faça um teste. Experimente apreciar a sua vida.

Você vai descobrir algo que eu já descobri há tempos: A vida é cheia de segredos!

Tenha (e aprecie) um ótimo dia!

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Não sei quem é o autor da foto, peguei emprestado aqui:


Aliás, um blog bacaninha que vale a pena visitar.

29 janeiro 2008

Deixar o Mundo Melhor, Depois que Eu Passar

Deixar o mundo melhor, depois que eu passar.

Acho que muito cedo na minha vida eu cheguei a essa máxima. Nunca almejei ser só mais um na multidão, passar despercebido, curtir a vida ao máximo, sem compromisso com os outros. Nunca pensei estar no mundo para ser servido. Minha condição social, inferior, redimida gradualmente graças ao trabalho e principalmente ao estudo, colocou em cada prateleira os valores de respeito ao meu próximo, e uma consciência de justiça social que passou a ser o meu referencial para me mover no mundo. Acho que tem dado certo. Levei a sério aquela história de escrever o livro, plantar uma árvore... fiz até um pouco mais que isso.

O livro ainda não publiquei, é verdade. As árvores que plantei, hoje estão por aí entregues à própria sorte. Algumas sobreviveram, tenho certeza, e alguma contribuição devem estar dando à paisagem, e até para diminuir o efeito estuda (assim espero). Mas é pouco, quero fazer muito, muito mais. Hoje quero plantar ipês, primaveras, flamboyants, e mais uma multidão de árvores frutíferas e florais. Gosto de ver árvores carregadas de flores, ou de frutas, assim como gosto de ver arvores “caducas”, sem folhas no período de inverno, exibindo seus galhos bifurcados contra o céu. Talvez até pelo contraste, e por saber que ali, apesar de parecer o contrário, há muita vida e resistência, seja contra o frio ou contra a seca.

Fico triste quando vejo pessoas atirando coisas na rua, quando saem da sala de cinema sem carregar o seu próprio lixo, quando passam pelas pessoas que cuidam da limpeza e os tratam com desprezo, como se não existissem. São pagos pra fazer o serviço sujo, com certeza, mas são pessoas que merecem o nosso maior respeito e consideração, e também, alguma ajuda. O que custa cuidar do meu próprio lixo, contribuir um pouquinho e tornar a vida de todo mundo, muito melhor ? Essa lição, lembro-me bem o dia em que aprendi. Eu vinha do interior de Minas e já era universitário em Goiânia. Estava na rua com um colega, e num dado momento acho que ele chupou uma bala e guardou o papel no bolso, para não jogar na rua. Na hora eu achei aquilo estranho, mas entendi que era EDUCAÇÃO. Aprendi a lição para nunca mais esquecer.

Outro dia, conversando com uma amiga jornalista, culta, ela se espantou quando eu mencionei que achava um absurdo as pessoas jogarem papel higiênico diretamente no vaso sanitário. Será que essas pessoas nunca pararam para pensar que aquilo vai virar um grande problema lá na frente, entupindo canos de esgoto e poluindo córregos e rios?
E pensar que aqui em Brasília, no banheiro de um grande shopping, há um cartaz pedindo: “Por favor, jogue o papel no vaso”. É um absurdo.

Para viver bem, precisamos ocupar o nosso espaço com parcimônia, porque o dividimos com milhares de pessoas. Não basta pensar no hoje, porque tem coisas (como árvores, por exemplo) que só darão sombra e fruto daqui há muitos anos. Não dá pra fechar os olhos e viver apenas pra nós mesmos uma vida auto-centrada, mesquinha e egoísta, por mais que o mundo nos induza a viver assim, precisamos resistir.

Eu quero deixar o mundo melhor depois que eu passar por ele, e quero fazer isso sem visar nenhum lucro. Apenas por agradecimento àqueles que fizeram dele um lugar melhor para eu viver, e em respeito aos que virão depois de mim.

25 janeiro 2008

O Bloco dos "Sem Nada"

Angel Boligan

Há pessoas que vivem sem poesia nenhuma, sem música, fazem cara feia pras artes, teatro, detestam cinema, não gostam de ler. Fico pensando em que mundo elas vivem, qual o sentido da vida então, se não dá pra desfrutar um pouquinho, respirar, curtir a manifestação do belo e crescer por ele, e através dele?

Atenção! Citei o belo, mas alerto que as artes plásticas há muito tempo já deixaram de viver apenas dele. Vejo as artes plásticas como uma região de fronteira, que pra mim anda a par e par com a ciência. Sabe por quê? Porque a arte nos prepara para viver o futuro. Quando os artistas “modernos” fizeram a ruptura que originou todos os movimentos artísticos que vivenciamos no pós-guerra, estavam nos preparando para a era tecnológica que viria a seguir. O cubismo (e os outros ismos) nos prepararam para viver essa vida fragmentada de internet que salta de um nó a outro, de tela pra tela, tv a cabo com direito a zil canais e muito zap e zap e zap, dois telefones celulares tocando ao mesmo tempo em que estou ligado no orkut, no msn, no gtalk, no skype, e também no telefone fixo.


A Boca do Abismo que Engole Tudo

Já reparou que a cada dia estamos acrescentando novas “letras” ao nosso alfabeto? Tudo bem, não são exatamente “letras”, são símbolos mais parecidos com ideogramas, mas têm a mesma função. São ícones que usamos para identificar coisas, tal como os sinaizinhos do seu computador ai na barra de ferramentas. Já imaginou ter que alfabetizar alguém e depois ensinar também cada um desses símbolos novos que se multiplicam a cada dia, indefinidamente? Pois é... Essas coisas nos distanciam cada vez mais daqueles que não têm acesso à educação e à informatização. Não sei aonde chegaremos com tamanho abismo. Será que um dia conseguiremos minimizá-lo, ou ele vai crescer e crescer até nos abocanhar?
Quem não tem educação na idade certa (ou errada mesmo), quem mal tem dinheiro pra comida e pra se vestir, como é que vai pensar em arte, viver de arte? E lá se vai a boca do abismo se abrindo a ponto de nos engolir, como aquele buracão do metrô lá em São Paulo, que ameaçou engolir um pedaço da cidade, e engoliu.

Pequenas Grandes Mudanças

Já passei por tudo isso, mas não acho justo que alguém que trabalhe 8 horas e queira estudar, tenha que se apinhar em ônibus lotados, sem banho e sem jantar, para enfrentar uma escola noturna, geralmente mal preparada para recebê-lo. Não vejo por aí ninguém lutando por redução no horário de trabalho de quem estuda, isso não seria uma luta justa? Quem estuda deveria ter o DIREITO de trabalhar apenas 6 horas por dia. Aliás, turnos de 6 horas seriam bons para todos. Em minha opinião o comércio e a indústria, e até mesmo os órgãos governamentais, deveriam funcionar em 2 turnos de 6 horas cada. Já imaginaram quantos postos de trabalho seriam gerados?

Revolução Industrial

Revolução Industrial

Quando esse turno de 8 horas foi estabelecido, há muitos anos atrás, foi uma conquista, com certeza, mas hoje ele é absurdamente escravagista, pois nossas cidades cresceram muito e a maior parte da população operária e trabalhadora foi expulsa para as periferias, tendo que se deslocar a grandes distâncias para cumprir sua jornada de trabalho. Se trabalham 8 horas e gastam no mínimo 2 horas por dia de deslocamento, que tempo sobra para as outras coisas? Teoricamente seriam 8 horas pra dormir, e aí já se somam 18, sobram 6, se considerarmos que um turno escolar dura no mínimo outras 4 horas, sobrariam 2 horas para os outros deslocamentos, para tomar banho, para comer e para o lazer. Ou seja... Para o pobre ter acesso à arte e à educação, ele tem que, no mínimo, deixar de dormir. Na verdade isso já acontece, os trabalhadores de classe mais baixa dormem cada vez menos. As conseqüências disso são deficiências no aprendizado, apatia diante da vida e um número maior de acidentes de trabalho.

Angel Boligan - efeito estufa

Efeito Estufa

Vivemos em cima de um barril de pólvora prestes a explodir. Não dá para ver só um lado da equação, pois todas as pontas estão ligadas. Há pessoas que vivem sem poesia nenhuma, sem música, nunca tiveram acesso às artes, ao teatro, desconhecem cinema, não aprenderam e nem sabem se gostam de ler, e se as coisas continuarem assim, sejamos realistas, nunca saberão.
Empresários e políticos, que podem mudar essas coisas, não se mexem. Não enxergam que os tempos são outros, e que é preciso afrouxar um pouco os laços, abrir um pouco os cofres, sob a pena de, em muito pouco tempo, não poderem desfrutar das suas benesses e privilégios. Vivemos tempos de menos ostentação, precisamos nos preparar para um “boom” cada vez maior de pessoas que simplesmente não terão trabalho. Precisamos nos preparar também para o crescimento da população idosa, mas isso já é um outro assunto. O planeta está esquentando, e não é apenas por causa do efeito estufa.

Siga o Link:

Angel Boligan – Caricaturista Mexicano nascido em 1965.
http://www.lajiribilla.co.cu/2005/n204_04/204_29.html

Cubismo
http://www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo1/construtivismo/cubismo/index.html

História da Justiça e do Direito do Trabalho

24 janeiro 2008

Românticos São Loucos Desvairados

Angel Boligan - Dom Quixote "El Universal"


Em 2005, se não me falha a memória, em alguns dias de férias que passei lá em Cabo Frio, um dia eu ouvi, enquanto estava na piscina do hotel, uma música que me chamou a atenção pela melodia, mas principalmente pela voz do cantor, que me remeteu imediatamente a alguma coisa anterior, à alma da Tropicália, ou algo que na hora eu não soube identificar. Tampouco soube, na ocasião, quem era o cantor. Aquilo ficou marcado em mim, mas esquecido.
Algum tempo depois eu ouvi e comecei a curtir duas músicas na voz da Rita Ribeiro, “Contra o Tempo” e “Românticos”, e fiquei sabendo que o compositor era um “tal” de Vander Lee. Eu morava, então, em Belo Horizonte e fiquei sabendo que ele era de lá. Conheci o Vander Lee pessoalmente só daí mais alguns meses, convidado que ele foi de Paulinho Moska, em um show que assisti lá em BH. Um cantor/compositor talentosíssimo, com uma voz melodiosa e personalíssima. Fui atrás de sua obra, e hoje é um dos compositores brasileiros que eu mais escuto. Gosto da melodia do seu canto, do seu lirismo, do romantismo e do humor. São letras ricas e criativas. Que bom é perceber que nossa MPB está viva!

Dom Quixote

Da composição “Românticos” eu tirei o título dessa resenha de hoje. Um dia uma amiga de São Paulo me “acusou” de romântico, e eu fiquei um pouco envergonhado. Eu a achava tão antenada, tão moderna, e na época aquilo me soou como um defeito. Em 2001 eu descobri, durante a feitura de um trabalho de final de curso, que o romantismo está muito vivo e atual. Teixeira Coelho, em seu livro “Moderno Pós-Moderno”, me mostrou que o esvaziamento de nossa cultura de massa perpetuou em nós o anti-herói romântico. Seremos eternos quixotes a lutar contra obstáculos cada vez maiores, pois nossa dimensão humana é predestinada a lutar entre o efêmero (e mortal) e o eterno que há em nós. Miguel de Cervantes, em seu “Dom Quixote de La Mancha” já sabia disso lá em 1602... Dom Quixote sempre foi um dos meus romances preferidos, e a sua figura sempre foi uma imagem recorrente na minha memória.

Enfim...

Teixeira Coelho me fez ver que o Pós-Modernismo é na verdade uma espécie de "barroco do Romantismo". Coisas que a gente estuda lá em arquitetura, essa denominação de períodos históricos por “estilos”, mas que valem pras artes em geral, e principalmente para determinados comportamentos humanos. Enfim, continuamos românticos, e isso não é defeito ou vergonha. Hoje não me preocupa ser romântico, o que me preocupa é ver o egoísmo cada vez maior de gerações inteiras que pensam e vivem apenas ao redor do próprio umbigo. Talvez por isso a vida humana esteja valendo cada vez menos. Os reflexos estão aí no noticiário de cada dia, uma violência cada vez maior.


Eu prefiro continuar a ser, eternamente, um louco romântico.

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Figura 2 - Dom Quixote - Pablo Picasso (1955)



Vá atrás dos links

Vander Lee
http://www.vanderlee.com.br/novo/

Rita Ribeiro
http://www2.uol.com.br/ritaribeiro/

Dom Quixote
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2002/05/17/000.htm

Pablo Picasso

http://www.10emtudo.com/artigos_1.asp?CodigoArtigo=47

Angel Boligan
http://cagle.com/artists/Boligan/main.asp

Livro: Moderno Pós-Moderno – Teixeira Coelho
http://www.planetanews.com/produto/L/66010/moderno-pos-moderno-teixeira-coelho.html

22 janeiro 2008

Salve Jorge!

Houve um tempo em que eu não entendia.

Quando chegava em uma casa - geralmente pobre - e via um altar ou um quadro em homenagem a São Jorge, tinha um certo pavor e ao mesmo tempo uma certa repugnância, ou preconceito que eu não sabia explicar.

Na minha ignorância de menino, e depois de adulto criado por mãe imbuída de tradição católica, mas ignorante e medrosa diante das tradições e sincretismos religiosos do Brasil, demorei muito a perceber a simbologia do Santo Guerreiro que vence o mal, sobretudo os males físicos que nos assolam, muitas vezes disfarçados de maus amigos, violências de todos os tipos que sofremos, ou mesmo pelo monstro do desânimo ou até da depressão.

Meu santo de guarda sempre foi São Francisco de Assis, que me acompanhou durante o tempo de escoteiro, depois na comunidade de jovens da qual participei vários anos. Santo da paz e do amor, da virtude e da proteção aos mais humildes, que ressalta os valores da pobreza (que eu assimilei como desapego material) e proteção à natureza e aos animais. São Francisco é quase um tratado do que é ecologicamente correto, super globalizado e sempre atual. Impossível alguém que não tenha uma certa simpatia por ele. Combinava (e combina) com a idéia romântica que eu tinha (e tenho) do mundo, e sobre a qual ainda vou falar aqui.

Já São Jorge não... Montado em seu incrível cavalo branco, com vestes de soldado, e lutando contra uma criatura mítica. Um santo um tanto impossível de crer. Muitos anos se passaram até que eu percebesse (e abstraísse o dragão) pra entender o simbolismo que ele trazia. Numa dessas baixas da vida eu achei que precisava invocar santos "mais fortes" acostumados com outras batalhas, pra ajudar o meu sofrido, amado e frágil São Francisco. Foi então que eu chamei pro meu altar Nossa Senhora Desatadora de Nós e junto com ela, até mesmo pela cortesia de não deixar uma dama desassistida durante um embate, chamei o "meu" valente São Jorge. Pensei, naquela ocasião, que se ele tem força e coragem pra enfrentar um dragão que cospe fogo, ia poder me ajudar a enfrentar minhas dificuldades e infortúnios.

Pois não é que deu certo ? Hoje no meu altar tem essa trinquinha perfeita - São Francisco, São Jorge e Nossa Senhora Desatadora de Nós. Costumo dizer que São Francisco persuade pela paciência, pela perseverança e pela simpatia, Nossa Senhora Desatadora quebra as resistências, abre os nós e desembaraça as complicações da vida, e São Jorge atua quando o diálogo já não se sustenta, espantando "na raça" os inimigos e guardando o nosso caminho para que não voltem a nos perseguir ou aborrecer.

Todos eles, assistidos pelo Espírito Santo, pelo meu Senhor Jesus Cristinho e por Deus Pai Todo Poderoso, claro!

Também não largo da mão do meu anjo da guarda, questão de ser leal a quem é leal comigo, ora bolas!

Pra quem não acredita nessas "entidades" todas, eu digo que também tenho cá as minhas dúvidas, vez por outra, e resolvo isso facilmente, porque acima de tudo acredito numa energia criadora e mantenedora, que tudo apraz, e que, por incrível que pareça, nos ouve e muitas vezes aceita nossos pedidos e sugestões. Nos convida a ser co-criadores.

Não abro mão, entretanto, do "charme" de ter no meu altar a história e o exemplo dessas forças todas que integram a nossa história e as nossas crenças. Pelo jeito acho que eles também gostam de andar comigo. Por isso aproveitei o dia de hoje pra homenageá-los, e também pra dar a dica pra quem anda precisando de uma forcinha.

Um ótimo dia pra nós, na companhia do natural e também do sobrenatural. Porque a vida não é apenas "isso" que materialmente se nos apresenta.



http://www.saofranciscodeassis.hpgvip.ig.com.br/
http://www.comamor.com.br/jorge.htm
http://www.geocities.com/Heartland/Bluffs/6737/DesatadoraNos/DesatadoraNos.htm

Eternas Horas de Claridade


Tenho ouvido Jorge Drexler e não me canso. Se há um artista na atualidade que reúne em si a característica da Globalização, é ele. Nascido em Montevidéo, em 1964, tornou-se cidadão do mundo, conquistando vários prêmios e encontrando grande receptividade entre públicos muito diferentes.
Suas letras discorrem sobre temas atuais e eternos da humanidade, como conflitos, fronteiras, globalização, internet e ecologia. Suas melodias mesclam a música latina e folk com ritmos eletrônicos e uma tessitura incrível de sons.
É para se ouvir com atenção, como se a degustar um bom vinho, sentindo a composição rica dos matizes que circundam a voz, e também que "pipocam" lá no fundo, como se os sons de uma floresta noturna viessem se somar ao "cancioneiro" que traduz anseios que cada um de nós, com certeza, já cantou ou gostaria de cantar.
Eu canto junto, e aproveito pra aprender um pouquinho mais de espanhol.
Bom pra embalar eternas horas de lucidez.
Como é bom olhar o mundo à minha volta e percebê-lo pleno, rico, chamando para os embates de todo dia. Como é bom beber do dia e perceber essa lucidez em mim, poder curti-la.
Não dá pra dizer que não gostaria de voltar ao corpo de vinte e poucos anos, mas a cabeça... a experiência de vida... não ia gostar de perder de jeito nenhum.

20 janeiro 2008

O toque de Deus, o toque do homem

Toco na tela e tudo muda...
Aqui do "alto" dos meus 44 anos eu aprendi a olhar o mundo de um jeito muito diferente de quando eu tinha menos idade.
Aprendi a ver Deus como um ser que também evolui, e que considero um amigo muito próximo, tão próximo que posso conversar com Ele de dentro da minha cabeça.
Esta semana assisti à peça "A Alma Imoral", da Clarisse Niskier, texto adaptado do livro homônimo do rabino Nilton Bonder. Um espetáculo maravilhoso que recomendo a todos os mortais, principalmente aqueles que entendem (ou querem entender) que pra viver precisamos entender quando o "certo é certo, quando o errado é errado, e sobretudo, quando o certo é errado, e o errado é certo". Com certeza, nesse mundo maluco e cada vez mais rápido em que vivemos, isso é algo fundamental.
Não existem bem e mal absolutos, muitos menos certo e errado absolutos. O que existe é nossa luta pela sobrevivência e superação. Tem muita gente que não se liga nisso, acha que é assunto pra malucos, mas esse espetáculo fez link com os meus estudos de mestrado, tocando no assunto do mutante e consequentemente, no assunto da era pós-humana, essa em que vivemos, e que pouca gente sabe também.
Do ponto de vista pessoal, daquilo que o espetáculo mexeu na minha consciência, fiquei feliz por ver que tenho dosado "traição e tradição" de um jeito bacaninha na minha vida. Tudo que eu desejo às outras pessoas.
Ser feliz consigo mesmo, no entanto, não é sinônimo de estar acomodado. Pelo contrário, entrei 2008 incomodadíssimo comigo mesmo, querendo brotar, lançar folhagens novas no espaço, enfim recuperar o "eu que mora dentro de mim" e que andou um pouco embotado nas lutas pela sobrevivência. Será que consigo ? Espero que sim, amigos e pessoas queridas nessa torcida, graças a Deus tenho muitos. Já é um ótimo começo (ou recomeço).
Entre as coisas que decidi, pra botar minha cara no mundo, foi voltar a escrever nesse blog, que passa agora a ter um outro formato, diferente do proposto inicialmente que era pra ser um blog de poesias. Agora vai ser um blog de vida mesmo, com tudo ao mesmo tempo agora, aliás, como eu gosto.
Espero assim conseguir, inclusive, estabelecer novos contatos.
Vamos ver o que acontece quanto toco a tela... se ela muda mesmo.
Feliz 2008 pra todos nós.
* http://www.almaimoral.com/ - Link da Peça