Abriu-se
uma fresta no tempo desde que te conheci,
E por
ela penetrou uma luz furta-cor, mágica
Quebrando
as resistências do espaço conhecido.
Mais
cedo fosse, juraria eu ter ouvido trombetas do apocalipse
Céus
se abrindo numa fantasmagoria de luz e movimento.
Tudo
está quieto agora,
Nem
uma folha se move e essa atmosfera surreal
Prenuncia
teus passos em minha direção.
Tua
voz é música em meus ouvidos,
Minha
alma canta e se deixa balançar
Como
uma criança.
E
adormece como uma criança no teu colo.
Te
conheço de agorinha há pouco,
Nem
te vi ainda,
E
algo me diz que sempre estivemos juntos
Na
pradaria de tempos eternos,
Lá
onde nasce o vento pra vir soprar à terra
Aventuras
e amores de um dia.
No
entanto possuímos todos os dias.
Recosto
a cabeça em teu peito e ouço por séculos teu coração.
Como
se alguns segundos apenas me quedasse ali.
Todos
os relógios quebrados, inúteis,
Incapazes
de registrar o tempo para nós.
Não
importam milhas, quilômetros,
Entre
a minha alma e a tua não passa uma linha.
Meu
dedo descreve um arco em tua fronte
E um
beijo nos devolve a unidade.
Poema Arco do Tempo, do libro AmaroAmor, Silvio Vinhal, Artcontato Editora, Brasília 2019
Foto: Cláudio Moreira
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