27 junho 2011

Ética Etílica - Ou como Rachar a Conta do Boteco

Quando saímos com amigos o que se espera é diversão, farra, enfim, o aproveitamento integral do momento de descontração. Faz parte da amizade evitar que nossas ações sejam o estopim de discussões ou aborrecimentos que causem algum desconforto ou constrangimento pra quem quer que seja. Rachar a conta no final da noite é sempre um momento tenso, pois cada pessoa se comporta de uma maneira diferente, e alguns comportamentos podem ser interpretados como esperteza ou até mesmo superproteção.

Já ouvi histórias de pessoas que ficavam sempre na mesa até o final, e faziam questão de fazer as contas, conferir tudo, fazer os acertos com quem saísse mais cedo e fechar o pagamento final. A esperteza era que faziam as contas sempre excluindo a sua parte, como se cobrassem uma “quota” pelos serviços prestados. Na eventualidade de sobrar algum troco, ainda podiam levar algum para casa.

Na escala oposta, talvez, esteja aquele que, superprotetor, paga a conta integralmente. Geralmente isso é comum em encontros de caráter mais familiar e, mais raramente, em encontros de trabalho, onde quem paga a rodada é o chefe. Esse comportamento pode gerar em alguns um sentimento de humilhação ou de dependência, embora às vezes seja bom, quando estamos do lado que é beneficiado. A verdade é que está em alta a divisão da conta em parcelas iguais para todos da mesa e, geralmente, é essa a forma mais justa, rápida e usual.

Não é justa quando o consumo é muito desigual, por exemplo, quando um lado da mesa toma Whisky e o outro refrigerante. Ou quando um lado pede pratos caros e individuais, não compartilhados pela mesa, e depois espera que a conta seja dividida em partes iguais.

Os bons restaurantes resolvem facilmente essa saia justa com a utilização de comandas individuais – a pedido do cliente. Essa é a forma mais organizada, ética e justa de pagar apenas aquilo que você consumiu. A comanda individual é “politicamente correta” porque, sem discriminar quem não pode consumir mais, tornando o encontro mais democrático, facilita a vida daqueles que precisam sair mais cedo, evitando-se um acerto parcial, e a realização de contas intermináveis e desagradáveis, ainda mais considerando que algumas pessoas já não estarão muito sóbrias.

Sempre que possível, como uma medida coletiva de gentileza, é bom excluir da divisão as pessoas idosas, as crianças e adolescentes, um eventual homenageado, fazendo com que a conta seja dividida entre aqueles que têm rendimento e estão em condição de pagá-la.

Se nada disso evitar que a noite acabe em baixaria, o melhor é que cada um separe da conta o seu próprio consumo, pague individualmente e aprenda, da próxima vez, a pedir a comanda individual, pois os comportamentos em grupo costumam se repetir. Que se preserve a amizade, nesses tempos em que a palavra – ÉTICA - parece ter sido esquecida por muitos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Concordo plenamente, mas esses bares geralmente não fazem comanda individual, o que eu acho um absurdo.
O q geralmente acontece é bem o contrário, a "esperteza" sai mais cedo pra deixar qualquer quantia q diz que consumiu, e aí paga bem menos. É complicado! rs
Isabel.

Gra Porto disse...

Um vez uma amiga de uma amiga saiu com a gente. E a bonita pediu "língua de boi a sei lá o que", caaaro e fedorento o prato. Só ela comeu. E depois queria rachar a conta, rs.